Coren-CE e Sindsaúde denunciam presença de ratos na UTI do Hospital São Raimundo durante fiscalização noturna


08.02.2025

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O Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE) e o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos nos Serviços de Saúde do Ceará (Sindsaúde) realizaram, na noite desta sexta-feira (7), uma fiscalização no Hospital São Raimundo, em Fortaleza, após denúncias recebidas por seus canais de ouvidoria. Durante a vistoria, foram constatadas diversas irregularidades graves que comprometem a assistência à saúde e as condições de trabalho da equipe de Enfermagem.

A situação mais alarmante encontrada pelas entidades foi a presença de ratos e baratas dentro da UTI. Além disso, foi constatado uma sobrecarga de trabalho devido ao déficit de pessoal e condições inadequadas para o desempenho de suas funções.

Condições precárias e sobrecarga de trabalho

A fiscalização constatou que a equipe de Enfermagem sofre remanejamento constante, agravando o subdimensionamento na UTI. Foi identificado ainda que os profissionais foram retirados do setor para atuar em outras áreas recém-criadas, sem reposição adequada.

Outro ponto preocupante é a ausência de um livro físico de notificações, o que restringe o registro de incidentes, já que apenas o hospital tem acesso ao sistema digital utilizado. Além disso, a infraestrutura é deficitária: na UTI 2, não há sequer cadeiras para os profissionais sentarem durante os plantões, e o repouso da equipe é improvisado no chão.

“A enfermagem está trabalhando em condições insustentáveis. A presença de pragas dentro de uma unidade de terapia intensiva é um risco grave para pacientes e profissionais. Isso é inadmissível, e não vamos aceitar que a Enfermagem continue enfrentando esse cenário”, afirmou a presidente do Coren-CE, Natana Pacheco.

Denúncias de pacientes

Durante a fiscalização, um paciente relatou que enfermeiros e técnicos de Enfermagem estão altamente sobrecarregados, pois precisam buscar medicamentos no posto de farmácia do hospital inteiro, comprometendo a agilidade na assistência. Além disso, as condições de infraestrutura impactam diretamente o atendimento: o banheiro é compartilhado entre profissionais e pacientes, e o repouso da equipe fica fora da UTI, o que pode atrasar a resposta a intercorrências.

Para a conselheira do Coren-CE, Stela Mara, a situação evidencia o descaso com a Enfermagem e com a segurança do paciente. “A ausência de condições básicas de trabalho reflete diretamente na qualidade da assistência prestada. O hospital precisa urgentemente rever essa estrutura para garantir um ambiente seguro para todos.”

A diretora do Sindsaúde, Martinha Brandão, reforçou a necessidade de providências imediatas. “Não há justificativa para essa precarização do trabalho da Enfermagem. Estamos diante de um cenário crítico, e exigimos que a gestão do hospital tome medidas urgentes para garantir condições dignas de trabalho e atendimento seguro à população.”

O Coren-CE irá encaminhar um relatório completo da fiscalização aos órgãos competentes, cobrando providências para a regularização da unidade e proteção dos profissionais de Enfermagem e dos pacientes.

Fonte: Ascom Coren-CE

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